sábado, 12 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ontem estava numa de ser lamechas!

Às vezes um homem tem disto!
E agora que penso, isto de ter feito um blog dá mesmo muito jeito.
Ora vejam só, encontrei uma solução para um problema , não muito grave.
E quando um homem lhe dá para ser lamechas? É chato! É realmente chato quando se tem alguem a ser muito lamechas e ficamos sem saber o que dizer. A situação melhora se por obra do acaso, tambem nos apetecer ser lamechas com essa pessoa.
Claro que isto é chato de receber de alguem, na maior parte dos casos. SALVO A SÁ! De quem é sempre muito bom receber-se estas lamechisses e nunca se torna chato.
Mas um homem tem disto! E quando um homem perde alguem, cada vez tem mais necessidade disto.
Falo por mim, que tenho medo de não ter mais oportunidades para dizer o que gostaria que alguem soubesse.
Solução? Escrever no blog. Eu sei que não é a melhor solução, mas a verdade é que fico melhor com o meu Hugo interior e não chateio ninguem.
A surfada de ontem não foi tanto uma surfada de "grandas ondas", fiz mais uma surfada interior, que já não fazia à muito tempo.
Ao contrario dos outros dias em que ando todo maluco por apanhar esta e aquela onda, que me farto de remar e quando me meto de pé tento "partir tudo"... desta vez deixei as ondas para outros, eles que remem!
Desta vez, remei até mais longe, devagar e cheguei a uma zona onde as ondas não rebentavam, sentia-as apenas a passarem por debaixo de mim.
Olhei para os ostros eu, que lá as apanhavam.
Não. Não estava triste. Mas já à muito tempo que não parava e pensava no que queria para o amanhã. Ultimamente sinto que andei enrolado na rebentação, muitos sentimentos misturados e bem diferentes, perdi muito, ganhei pouco... há alturas assim. Mas não podia deixar isto continuar.
Meti as mãos na prancha, olhei para o mar e disse em voz alta: "Isto é a minha vida."
Mas pensei duas vezes e lavei a cara. "A minha vida não é só isto.", pensei eu, "se não fosse não estarias agora a pensar no que haverias de fazer e estavas com aqueles malucos a apanhar ondas."
É verdade. E neste momento sim, senti-me triste. Então ouvi uma voz interior a dizer "tu tens uma vida pela frente, tens amigos cá, tens de levantar a cabeça Hugo, então como é que é?", mas por breves momentos apeteceu-me mandar essa voz ir dar uma volta, ou perdir-lhe um pouco mais de calma, dizer-lhe que não é assim tão facil.
Tenho saudades do Miguel, mais do que saudades. Tenho saudades da minha mãe e apenas saudades.
Uma lágrima caiu-me devagar pela cara. ENTÃO HUGO? Que homem és tu? Maricas! (a tal voz de novo)
Apeteceu-me pedir-lhe, de novo, que me deixasse ser maricas, que me deixasse sozinho.
Mas ela tem razão. Não me pode deixar sozinho. Eu não estou sozinho e o que eu faço, felizmente, influencia a vida de algumas pessoas.
Olhei para o horizonte e cheguei à realidade que tenho comigo, de certeza, algumas das melhores pessoas do mundo. E o resto?
Verdade seja dita que todos os dias, inconscientemente, peço uma ultima conversa com os que me faltam, para tentar uma ultima vez que fiquem comigo.
E esta é a vida que eu escolhi. E que vida! Eu tenho sorte. Tenho a certeza que quando for velhote, vou passar todos os dias à espera de voltar a viver estes que vivo e vivi.
Então, no meio de algumas lagrimas e tremelicos, bati com uma mão na prancha, dei um murro na agua e disse: Vamos lá! (e desta vez não foi a minha voz interior, fui mesmo eu.)
A voz tem razão. Não posso esperar. Não há tempo para mariquisses destas (olhem para mim a armar-me em forte).
A vida é curta. Há tantas pessoas no mundo. E há a Marta. ("pronto, tinha de vir..." isto é o que a Carol vai dizer se ler isto). Mas não posso deixar de dizer, visto que a restante meia hora comigo mesmo, foi mais com ela do que comigo.
A verdade é que não sei se foi por obra do acaso (eu não acredito nessas coisas), mas tenho a certeza que não tinha dado aquele murro na agua à cinco minutos com tanta fé se não a tivesse conhecido. Se não a tivesse conhecido, secalhar estava mais uns dez minutos de cabeça baixa a pedir para em deixarem estar sozinho. Só depois viriam à cabeça os amigos que tenho e eu ia reagir. Verdade é ainda que foi quando pensei nela que me veio um "Tens de reagir, faz alguma coisa!".
Obrigado Marta, caso venhas a ler isto.
Uma vez na vida aparece alguem assim, há quem espere a vida inteira. Viram? Mais uma vez, sorte a minha.
E quem merece um bocado de consideração, merece mesmo. A Marta merece. Não só da minha parte. Merece da parte de todos, pela pessoa que é.
Acreditem que depois de estar aqui com este paleio todo, me faltaram as palavras?
Ontem apereceu-me dizer-lhe que embora um bocadinho mais fraco do que o costume, iria estar sempre presente para ela, que poderia confiar em mim, que não tinha de ter medo de coisa alguma pela vida fora, porque caso alguma coisa venha a correr mal, eu sou o primeiro a ir a correr para a ajudar. Juro que sou capaz de fazer tudo para o que o que ela quer se venha a realizar, para que o que ela quer ter, venha a ter.
Não podemos mesmo deixar que estas pessoas sejam tratadas como são todas as outras. Pessoas como a Marta Porto são raras.
Ela não ia concordar com metade do que estou agora a dizer e diria qualquer coisa como "sou normal...", tosca! Provavelmente, se estiver a ler isto, das duas uma: ou está a apanhar uma "estucha" enorme, ou está comovida. Se estiver comovida é porque se comove com pouco, porque o que disse não é nem metade do que tinha, e tenho, vontade de lhe dizer.
Apetece-me gritar ao mundo: Palmas para a Marta!
Apetece-me gritar ao mundo: Tenham cuidado com a Marta. (não no sentido de ela ser perigosa, mas de lhe tratarem bem)
Apetece-me gritar ao mundo: Deixem a Marta tentar, deixem-na passar!
Apetece-me gritar ao mundo: Tenho um bocadinho da Marta comigo, e ela leva-me com ela todos os dias (mesmo que não saiba).
Apetece-me gritar ao mundo que gosto dela. Não posso. As regras de civismo hoje em dia não em permitem tal coisa. Que aborrecimento!
Ontem pensava no gostaria que ela visse do mundo, no que gostava de lhe ensinar, de siteos onde lhe gostava de levar.
Olhei para os malucos que continuavam a apanhar as deles e veio-me um certo sentimento de convencidão "eles não a conhecem e eu conheço, ganhei!" mas logo depois pensei que egoismo era aquele meu, e apeteceu-me que todos eles a conhecessem.
Todo o mundo devia conhecer. De certesa que ficaria muito melhor depois disso, tal como eu fiquei.
Chamo-me Hugo, ontem parei um bocadinho no tempo. Sei o que quero, e quero ser feliz.


(um homem quando quer, é mesmo chato.)